“meu Pai, se possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como Tu queres”.
(Mateus 26.39b)
Livrar Jesus da cruz não era algo muito difícil para Deus. A questão é que aos olhos humanos a coisa mais certa era livrá-lo dela. No entanto isto não quer dizer que é a melhor coisa a ser feita aos olhos de Deus, que realmente sabe o que é melhor, pois sua vontade é “boa perfeita e agradável”(Rm 12.2).
Ao dizer: “se possível passa de mim este cálice” Jesus estava querendo que, se houvesse outra maneira, fosse feita a redenção de nossos pecados, mas não havia.
Muitas vezes nos encontramos em momentos em que rogamos a Deus como o próprio Jesus fez, mas nem sempre estamos preparados para a segunda parte desta oração “todavia, não seja como eu quero, mas como Tu queres”. Na verdade muitos fogem desta segunda parte e nem coloca diante de Deus e de si mesmos esta possibilidade.
Podemos entender que o cálice pelo qual Jesus estava orando era a sua morte na cruz, contudo podemos dizer que este cálice vai muito além. Ele representa toda dor, sofrimento, solidão e angustia que Jesus estava passando para cumprir a vontade de Deus.
Ao retornarmos um pouco, neste mesmo capítulo, nos depararemos com o momento da celebração da última páscoa e a ceia do Senhor e especificamente no verso vinte e sete ao tomar o cálice Jesus disse: “Bebei dele todos”. Este não é um convite é uma ordem para que cada um daqueles que desejam se tornar participante do corpo de Cristo, primeiramente se torne participante do cálice de Cristo, que, como dissemos antes, representa “dor, sofrimento, solidão e angustia para cumprir a vontade de Deus”. A pergunta que me faço, e convido-o a fazê-la também é: será que o evangelho que estou(amos) vivendo é o evangelho vivido e anunciado por Jesus? Ao olhar ao meu redor vejo algo muito diferente!
Ao se perguntar sobre como recompensar o Senhor por todos os seus benefícios recebidos, o salmista Davi, no salmo 116 verso 13 disse: “tomarei o cálice da salvação”. Tomar este cálice nada mais é do que se tornar participante do ministério de Cristo. É assumir a “dor, o sofrimento, a solidão e a angustia para cumprir a vontade de Deus”.
Pedir ao Senhor que se possível passe de nós este cálice nada mais é do que reconhecer nossa humanidade. Contudo não podemos perder de vista que o final desta oração coloca nas mãos de Deus a opção do que é melhor para o Reino, melhor para nós mesmos. Por isso: “todavia, não seja como eu quero, mas como Tu queres”. Oh Deus! Amém.
(Fonte: Meditações de Roosevelt Arantes)
03/02/2010
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