segunda-feira, 24 de maio de 2010

Lições no Getsêmani (3)

“E levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se”.

(Mateus 26.37)

Vivemos uma vida dualista. Em se tratando de um líder ao mesmo tempo que precisamos mostrar nossa fragilidade para que as pessoas saibam que somos seres humanos normais como todos os outros, precisamos também demonstrar segurança. De toda forma, não é para todo mundo que se deve demonstrar as fragilidade e as angustias.

A insegurança de um líder pode levar uma equipe toda a perder o controle. Apenas quando Jesus se afastou de todo o grupo foi que ele começou a entristecer-se e a angustiar-se. Jesus não se angustiou na frente de todos os discípulos. Ele esperou sair da vista dos oito e seguiu para um lugar afastado com três dos doze.

Em meio a este mundo tão tenebroso que vivemos precisamos encontrar um lugar reservado onde podemos nos fragilizar sem sermos maus interpretados, nos angustiar e sermos compreendidos.

Contudo, além de um espaço é preciso que cativemos amigos com quem possamos contar. Jesus não foi só, ele levou consigo três amigos.

Nesta terra algumas coisas são fundamentais, outras podemos dizer que são secundárias. Entre as minhas secundárias eu poderia citar o futebol para os brasileiros. Quantos morrem e matam por conta do futebol. Dizem que muda-se de religião, mas nunca de time. Enquanto isto a amizade, que para mim está entre as coisas primárias, para muitos não vale a pena ser preservada. Quantos morrem ou matam por uma amizade? Quantos estão dispostos a trocar de personalidade para não perder uma amizade?

Levar nossos amigos conosco requer esforço e investimento nosso. Um esforço e investimento para construir um relacionamento de confiança e fraternidade. Todavia em nossos momentos de angustias é com eles que nós iremos contar. É para eles que precisamos e podemos demonstrar nossas angustias e fragilidades.

Não espere que os amigos apareçam, leve-os consigo.

(Fonte: Meditações de Roosevelt Arantes)

03/12/2009