sábado, 7 de fevereiro de 2009

FRUTIFICAR: Um desafio para cada um de nós


“Que o Senhor não me ache sem frutos”

Marcos 4.26-29

“Disse ainda: O Reino de Deus é assim como se um homem lançasse a semente à terra; depois, dormisse e se levantasse, de noite e de dia, e a semente germinasse e crescesse não sabendo ele como. A terra por si mesma frutifica: primeiro a erva, depois a espiga, e, por fim, o grão cheio na espiga. E, quando o fruto já está maduro, logo se lhe mete a foice, porque é chegada a ceifa.”

Em meio a tantas coisas que nós fazemos em nosso dia-a-dia se torna cada vez mais difícil pensamos ou lembrarmos-nos de nossa responsabilidade de frutificar para que o Reino de Deus possa ter o maior alcance possível. Na verdade dificilmente nos lembramos que temos responsabilidades sobre esse aspecto.
Na parábola da semente descrita em Marcos 4.26-29 Jesus nos ensina algumas coisas importantes e que devem permanecer bem reais em nosso dia-a-dia.

Analisando cada partícula dessa parábola devemos entender o que Jesus quis nos ensinar ao dizer:

“... O Reino de Deus...”. É bom deixar claro que o Reino de Deus não está restrito a uma nação geograficamente organizada. Podemos e devemos entender o Reino de Deus composto por tudo aquilo que está debaixo do seu governo. Aqui em particular estamos falando dos salvos, ou do processo de salvação de vidas. Seja aqui no Brasil, seja lá no Japão. O alcance do governo de Deus.

“...é assim como se um homem lançasse a semente à terra;”. Diante disso podemos entender que:
1. É preciso alguém que lance a semente, ou seja, pregue a Palavra.
2. É preciso que este homem possua, ou esteja de posse da Palavra, para que só assim possa a lançar.
3. Quem produz a semente não é este homem.
4. A semente para virar uma árvore precisa morrer (João 12.24).

“... depois, dormisse...”. Nosso papel não é convencer as pessoas (João 16.8). Nosso papel é lançar a semente.
Essa parte nos dá entender que depois de lançada a semente (A Palavra) nos temos que descansar, ou seja, confiar que o Senhor convença a pessoa.
Esse dormisse não significa que agora não se tem mais nada a fazer, muito pelo contrário...

“... e se levantasse, de noite e de dia”. A partir desse trecho entendemos:
1. Nunca devemos nos acomodar. Há uma rotina para ser cumprida. O trabalho não parou, o foco mudou. Jesus deixou claro em outra parábola, que quando os trabalhadores dormiram o nosso inimigo plantou o joio no meio do trigo. (Mateus 13.24-30).
2. Levantar de noite e de dia dá idéia de vigiar a terra em que a semente foi plantada. É o momento de intercessão pela Palavra que foi plantada.

“... e a semente germinasse e crescesse não sabendo ele como”. Aqui podemos entender que:
1. A semente germina e cresce ao longo do tempo.
2. Para que isso aconteça não precisa de nós. O máximo que podemos fazer é regar um pouco, como disse o apóstolo Paulo: “Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho. Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós” (I Coríntios 3.6-9).
3. As coisas acontecem de forma que não entendemos. É inexplicável, é irracional, é milagroso, é divino.

“... A terra por si mesma frutifica...”. O fruto é uma coisa natural. O homem está ansioso por receber a mensagem. Jesus aos seus discípulos disse: “Não dizeis vós que ainda há quatro meses até à ceifa? Eu, porém, vos digo: erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa. O ceifeiro recebe desde já a recompensa e entesoura o seu fruto para a vida eterna; e, dessarte, se alegram tanto o semeador como o ceifeiro. Pois, no caso, é verdadeiro o ditado: Um é o semeador, e outro é o ceifeiro” (João 4.35-37). Ele disse isso logo depois de ter anunciado o evangelho à mulher samaritana, que automaticamente se tornou missionária e foi falar de Jesus aos outros moradores daquela região. Além disso o apóstolo Paulo afirmou: “Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós. A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus” (Romanos 8.18-19). Paulo deixa claro que a natureza espera nossa revelação.

“... primeiro a erva, depois a espiga, e, por fim, o grão cheio na espiga”. Entendemos com isso que:
1. A vida cristã é um processo.
2. A vida cristã é um ciclo. Quando o fruto está pronto para produzir mais fruto ele esta pronto para ser colhido.

“... E, quando o fruto já está maduro, logo se lhe mete a foice, porque é chegada a ceifa”.

Foi por tudo isso que ao falar sobre nossa conversão Jesus deixou bem claro o que deveríamos fazer Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda (João 15.16). De nossa parte, não é uma questão de escolha. É uma questão de obediência. Fomos chamados para frutificar.
Para deixar mais claro e para que nós acordemos quanto a nossa responsabilidade ainda no livro de Marcos acontece um fato que merece nossa atenção. É no capítulo onze, quando o Senhor observa uma figueira que possuía folha, mas não possuía fruto. O texto fala por si mesmo: “No dia seguinte, quando saíram de Betânia, teve fome. E, vendo de longe uma figueira com folhas, foi ver se nela, porventura, acharia alguma coisa. Aproximando-se dela, nada achou, senão folhas; porque não era tempo de figos. Então, lhe disse Jesus: Nunca jamais coma alguém fruto de ti! E seus discípulos ouviram isto” (Marcos 11.12-14). Como se não bastasse o autor de Marcos faz questão de destacar no verso 20 que “E, passando eles pela manhã, viram que a figueira secara desde a raiz” (Marcos 11.20). Diante disso só posso dizer: “Que o Senhor não me ache sem frutos”.
E você o que diz?